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A Voz e o Silêncio

Junho 10 2016

Na Vida me perdi,

Na deriva me encontrei.

Foi por me entregar a ti

Que a mim atraiçoei.

 

Despi-me de desejos,

Agasalhei-me da realidade.

Foi por querer os teus beijos

Que amarrei-me à saudade.

 

No tempo eu esqueci

O passado que pecou.

Tive um sonho que vivi,

Tive um futuro que falhou.

 

Resta-me regressar a mim,

Engolir o dissabor.

É apenas mais um fim

Daquilo a que chamam Amor.

publicado por Diana Santos às 16:58

Maio 22 2016

Sim, sou eu…

Sou eu que nada sou!

Sou eu, o destino é meu,

Sou eu a quem tudo dou.

 

E o que é que recebo?

Duas mãos gélidas de vazio.

Que vida é esta que não percebo

Por que nada tem brio.

 

Sou eu… E talvez não seja,

Nada mais serei então

Do que aquela a quem a vida beija

Com o sabor envenenado de Adão.

 

Já não sou eu, sou nada

E nesse nada afoguei-me.

Numa alma amargurada,

Depressa ao nada entreguei-me!

publicado por Diana Santos às 22:11

Maio 02 2016

Chamo-te no pensamento

Para dentro de mim.

Envolvo-te no alento

Do princípio do fim.

 

Pressinto o teu olhar,

O toque da sedução.

Saboreio o beijar

Quente da perdição.

 

Em silêncio, sem redundância,

Unimo-nos efemeramente

Ignorando a distância.

 

Afastamos a miragem

De sermos intemporalmente

O reflexo da nossa margem.

publicado por Diana Santos às 15:55

Abril 30 2016

Tu, aí consoladamente sentada,

És a miragem dos filhos órfãos.

Sim, tu, que ao chegares a casa fatigada

Ao ver-me, esqueces os momentos vãos…

 

És minha, só minha, e de mais ninguém!

E és de todos pelos quais te rodeias

Que sabem que somente vês o Bem,

E com o Bem a todos presenteias.

 

Tu, que choras quando eu choro,

Que deliras nas minhas vitórias

E que oxigenas o ar que eu devoro:

 

Sim, tu aí consoladamente sentada

És a chave das minhas frágeis memórias,

Tu és a minha Mãe amada.

publicado por Diana Santos às 23:34

Abril 24 2016

O tempo mora na alma

De quem aborda a vida

Na sua forma calma,

Na sua essência contida.

 

O desejo rouba ao tempo

A dança oculta do querer.

As convicções são contratempo,

Espectros que se negam ver.

 

Dispersam-se na alma os receios

De quem agora na vida

Dispensa os ambíguos rodeios.

 

Talvez seja apenas o desapego

De uma conformidade perdida,

De um perder do sossego.

publicado por Diana Santos às 11:06

Setembro 28 2012

Hoje estou envolta numa singelidade absurda.

Lá fora a noite proclama a desertificação das ruas

... Em mim uma estranha felicidade perdura

Celebrando a união de alheias sensações a dádivas cruas.

 

Os meus pés percorreram outrora becos sombrios.

O coração permaneceu anos encurralado.

Ansiei o inexistente amor em caminhos frios...

Perdi-me no meu eco, jurei-me arrependida por ter amado...

 

Agora somente procuro a pureza da alva felicidade...

Amo a linha do horizonte e este Mar

Que inunda a alma de uma enigmática simplicidade.

 

Talvez eu seja a miragem de alguém que vagueia na multidão...

Talvez seja aquela que alguém deseja encontrar,

Talvez seja eu... Talvez eu não passe de uma mera ilusão...

publicado por Diana Santos às 12:59

Setembro 28 2012

Durante anos vagueei na ilusão...

Amei sem ser amada

E perdi-me no beco da solidão

Julgando-me ingénua e fracassada!


Quis voar... E voei...

E caí no gélido oceano...

Andei perdida, mas gostei

De me verem como um ser profano...


Mas depois parei... E meditei...

E procurei a minha mutilada alma...

Vasculhei em mim... E encontrei.


E abri os braços à Vida

Sorrindo à brisa calma,

Espectora da miragem sumida...



publicado por Diana Santos às 12:46

Julho 27 2011

Palavras...

 

 

São meras palavras que rolam em lábios dormentes de silêncio.

 

 

Palavras que envolvem, palavras que seduzem, palavras que embriagam os sentidos.

 

Não passam de palavras...

Palavras que cortam, que ferem, que trespassam a névoa ténue da indiferença.

 

 

Palavras... Confusas... limitadoras da Razão e da própria Moralidade. 

 

 

Palavras que transportam um sabor agridoce, indegestas na mente, deliciosas para o coração.

 

 

São somente as palavras que nos fazem acreditar, que andam de mãos dadas com um brilho enigmático no olhar...

 

 

 

São palavras cultivadas e posteriormente ceifadas numa mente que deseja... mas já não acredita...

publicado por Diana Santos às 19:38

Julho 24 2011

Existem momentos na Vida em que paramos para meditar... naquilo que temos vivido, nas pessoas que nos rodeam e no jogo constante do "dar" e "receber".

Há coisas que acontecem que nos levam a repensar na Vida, na importância e prioridade que damos a certos assuntos relacionados com o nosso dia-à-dia.

 

Muitas vezes vivemos agarrados ao passado, a um futuro que não chega, a um presente ilusório e estamos menos dispertos para o que de melhor nos pertence... Porque já é facto adquirido, porque já é nosso e julgamos nem sequer existir a hipótese de se perder...

 

Hoje não lamento nada, não anseio nada... Simplesmente estou de olhos mais abertos ao que realmente importa, ao que me enche a alma e o coração.

 

 

 

Existem alturas... Alturas na Vida em que somos postos à prova... São estas provas que nos moldam a forma de pensar e de estar perante a vida...

 

 

 

 

 

Não tinha dúvidas do quanto o amava, não tinha ainda provado era o sabor amargo da hipótese de perda...

 

 

:-) Estás aqui... e nada mais importa...

 

publicado por Diana Santos às 23:28

Abril 24 2011

Estou só... Sozinha comigo própria, perdida na imensidão de pensamentos e sentimentos que teimam em marcar a presença no decorrer do dia.


A Vida, por vezes, prega-nos rasteiras fatais à nossa forma de estar na vida e mutila-nos o raciocínio lógico que impera na nossa essência.

Cabe a nós tirar as lições do que aprendemos e fazermos a triagem daquilo que não corresponde à realidade vivida... A triagem das palavras que ferem a alma e que não são mais do que o reflexo da revolta e do desespero, acorrentados ao enorme sentimento de Perda. A Perda do que se viveu, a Perda do que se sentiu, a Perda do futuro que não chegou a ter lugar na caminhada da vida.


Seria utópico alguém abraçar simplesmente o lado belo do Viver, do Sentir, do Desejar... e ignorar a encruzilhada de acusações, de mágoas, de falta de sinceridade, de dedos apontados... Seria fechar os olhos ao que dói, ao que fere, ao que conduziu à plena exaustão, e rezar para que nada disso voltasse a assombrar o sentimento abraçado... Mas as marcas estão lá, as feridas estão abertas e as cicatrizes permanecerão no futuro.

 

A Vida não é utópica... Sabe bem ouvir a música que nos toca a alma, ouvir as palavras que nos adoçam o coração, sentir o toque que nos faz estremecer, olhar no espelho e ver o sorriso no olhar... Mas depois, quando estamos sozinhos connosco próprios e olhamos para trás... vemos que não passam de mãos cheias de Nada, sentimentos bons sim mas rodeados de tantas sombras, de dúvidas, de "bluffs", de enredos, de vontades contraditórias, de sentidos e fases de vida diferentes... Não passam de mãos cheias de Nada, cheias de TUDO e inundadas pelo Nada...


A racionalidade do Presente assume o papel de liderança e abandona a emotividade do Passado, aclamando o bom-senso do Futuro...


Portanto vou desligar o botão do rádio e vou simplesmente ouvir os meus passos... Porque é naquele rádio que em duas frequências distintas toca a mesma Música, frequências bem distantes uma da outra, mas que partilham a mesma sintonia... Vou guardar aquela Música na minha memória, aquela Música que me toca a alma... Aquela Música que não quero voltar a ouvir... Vou simplesmente ouvir os meus passos e seguir em frente com os olhos no horizonte... e sorrir...

 


 

 

 

publicado por Diana Santos às 12:13

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